school 107, Belém, Lisboa

study drawings and scale models: Nuno Arenga



Escola nº 107 | Reabilitação | Bairro de Belém | Lisboa | 2000

Desenhada por Profírio Pardal Monteiro, esta escola estava agora considerada num programa de intervenção que previa a recuperação e requalificação do edifício e dos seus espaços envolventes. Para além das preocupações relativas à deterioração da construção, havia ainda a intenção de re-equipar a escola e reorganizar o seu funcionamento.
Nesta escola, como em todas do seu tempo, a separação absoluta de meninas e meninos, tanto nos espaços de aula como nos de recreio, determinava uma organização simétrica, segundo um eixo central, que dividia de facto a escola em duas. As instalações sanitárias (I.S.) organizavam-se em corpos exteriores simétricos, acedidos a partir dos alpendres que definiam os recreios cobertos para cada sexo.
Agora, outros modelos de ensino e relação entre géneros, masculino e feminino, unificavam "as duas escolas" numa só. Apenas as I.S. preservariam a distinção de género, mas, por razões de conforto, o seu acesso seria a partir do interior da escola, sem atravessamentos do recreio coberto.
Colocaram-se as I.S. na cota entre pisos, acedidas a partir do patim intermédio das escada interiores. Os seus corpos, assim semi-elevados, desenvolviam-se entre o corpo da escola e o muro tardoz, passando a definir um pátio delimitado por duas zonas opostas de recreio exterior coberto, articuladas por uma arcaria e pelo muro tardoz. Este pátio passaria a ser o recreio traseiro, no qual as crianças teriam uma experiência diversa da que é possível no recreio principal da escola, mais extenso e exposto. No espaço tenso entre o corpo da escola e o seu muro tardoz, construia-se assim um outro lugar, mais contido e intimista, quase claustral.
Face à especificidade arquitectónica desta escola, o programa de requalificação não contemplava a inclusão de alunos deficientes ou com mobilidade reduzida. O projecto foi concluído e aprovado pela C.M.L., mas ficaria por realizar.



coord: Atelier do Chiado, Cristina Salvador | arquitectura: Nuno Arenga, Bernardo Pais